Toda teoria, caro amigo, é cinza, mas a árvore dourada da vida brota sempre verde.
Johann W. Goethe
meu olhar
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Habitamos* um tempo entre dois mundos em que não deixamos totalmente o anterior e ainda não chegamos totalmente no próximo e, de uma certa forma, pertencemos aos dois, ou a nenhum, somos criaturas de fronteira, tecelões do entre.
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O entre do momento atual traz um imperativo desafiante - a transição demandada transcende uma transição intelectual e de conhecimento, requer uma transição simbólica - da imagem que temos de nós mesmos e do planeta e da parte que nos cabe nessa teia da vida - uma metamorfose da mente - uma ressignificação da nossa experiência humana.
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Somos chamados a uma nova visão, a enxergarmos nossa organicidade compartilhada, enquanto vamos nos dando conta de nossa incapacidade perante os desafios da nossa era.
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Ampliar do reduzido para o holístico, do linear para o complexo, do estático para o em movimento, do branco para o colorido, do humano para o mais-que-humano, é aceitar um convite para esculpir uma nova identidade como espécie habitante do planeta azulzinho. E, nesse caminho, nos abrirmos para a possibilidade de que nossa forma de ver - a forma como construímos significado e que informa nosso agir - é a própria substância em transformação. Navegar essa transição - dentro e fora - exige calma, cuidado, atenção aos detalhes, experimentação, paciência e estar ok com um certo desconforto. Exige nos entregarmos para os mistérios desse processo até que seja possível perceber que o tempo do entre é também um espaço de reconexão com a liberdade.
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*aqui me refiro às culturas ditas "civilizadas, particularmente à ocidental.
minhas crenças
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Acredito na força dos pequenos gestos, que palavras criam mundos, no efeito multiplicador da gentileza.
Acredito que os lugares retêm a memória do que fazemos, sentimos e vivemos, mas também que passado não pauta futuro e que todo instante contém a semente do novo.
Que conversa é melhor do que regra e que, nos tempos de hoje, não importa a pergunta, comunidade é a resposta.
Que o poder autoritário é uma preguiça intelectual e uma covardia emocional e que um sentimento de pertencimento a um lugar e a um propósito podem sempre muito mais.
Que é melhor ser alegre que ser triste, mas que não existe sentimento ruim e que reaprender a sentir (deixar-se afetar) está na base de qualquer cura (individual ou coletiva)...
...E que, por isso, a arte ainda vai salvar o mundo.
Que compreensão é melhor que julgamento e que manter isso vivo na consciência deve ser a coisa mais difícil que existe.
Que precisamos reeducar nossos olhos para enxergar 53 minutos livres para caminhar, passo a passo, mãos no bolso, na direção de uma fonte. Todo dia.
Acredito no poder restaurador da água salgada - lágrima, suor e mar. Do verde da natureza. Do azul do céu. De jogar conversa fora. De atentar para os detalhes.
Acredito que todos somos um, mas que, também, todos somos todos e, nisso, bem nisso, reside a poesia da vida.
Acredito que a vida quer sempre mais vida e que, quando a gente se conecta com isso e uns com os outros, as possibilidades ficam muito maiores do que os problemas.
por Mauro Lima - Unsplash
meu fazer
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Meu fazer acontece no vivo e é dedicado a ajudar pessoas e grupos a entender as nuances - desafios, incertezas, desejos, medos e sonhos - inerentes à vida e a momentos de transição - e a navegar esses momentos com propósito, coragem e alegria.​
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O vivo demanda um estar "intencionalmente acordado", liberto de modelos prontos. O vivo conversa melhor com a poesia que com a lógica, com mistérios que com objetivos, com curiosidade que com avaliação. Participar ativamente do "inconhecível" que é a vida, enquanto co-criamos nosso futuro, requer originalidade e presença, ambos atributos da alma.
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Transições são processos necessariamente exploratórios, melhor servidos por perguntas que modelos e teorias. Essas perguntas nascem da experiência do dia-a-dia, de angústias e aspirações e precisam ser significativas o suficiente para inspirar e sustentar a jornada. Precisam ser profundas o suficiente para acordar e nutrir espaços escondidos em nós que anseiam por verdades mais amplas e perspectivas mais belas; pelo que ainda, talvez, não consigamos imaginar.
Inspirada pela Fenomenologia Goetheana, uma abordagem nascida da observação do eterno vir-a-ser da natureza, pelo Pensamento Complexo e pela arte do Diálogo, pratico uma abordagem apreciativa, que trabalha com as forças de transformação e a sabedoria do próprio organismo e traz, primeiro e durante todo o processo, espaço e uma qualidade de atenção para enxergar como verdadeiramente fazemos o que fazemos e transcender a distância entre o discurso e o dia-a-dia. A proposta é nos mantermos atentos ao que de fato acontece sem escorregar para o abstrato e o genérico tão característicos de nossa forma de pensar moderna. É nos mantermos atentos às histórias, dinâmicas, padrões, desafios, sentimentos, conflitos e relações de poder específicos. É criar tempo e espaço para que o organismo possa se ouvir e ousar imaginar o novo. A partir disso, olhar com coragem e responsabilidade para a jornada que se inicia.
Desenho processos únicos, abertos, construídos em conjunto com o cliente, desprovidos de regras pré-definidas, embora sigam alguns princípios e que convidam a uma postura de aprendiz - auto-reflexiva, criativa e dialógica. Conhecimento e teoria são importantes, mas estão subordinados ao que se apresenta à constante e cuidadosa observação daquilo que é. Manter a consciência de que qualquer contexto humano ou social é sempre muito maior que qualquer teoria, é o que nos mantém despertos, presentes e humildes. É o que não nos deixa perder a capacidade de nos surpreendermos. É o que nos mantém vivos e em diálogo atento com a vida que nos rodeia.
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Gosto de me denominar uma artivista do pertencimento - eterna curiosa e aprendiz de como pessoas compreendem e participam do que é tecido continua e dinamicamente nos contextos que habitam. Meu fazer transita entre o pessoal e o social oferecendo experiências que cultivem a consciência da territorialidade do nosso olhar e da natureza relacional da realidade, com a intenção de nutrir uma reconexão com a sabedoria do pertencer (ao planeta, à sociedade e uns aos outros) - um re-encantamento da mente (e dos sentidos) pelas coisas do mundo, que torne possível um habitar em estado de arte… e o redescobrir da beleza do caminho…
Minhas grandes inspirações para esse artivismo são a fenomenologia Goetheana, o pensamento complexo e a boa e velha arte da conversa. Aliás, todas as formas de arte.
Também sou coach (desenvolvi a abordagem Organic Coaching), mediadora de conflitos e co-fundadora da Atitude - consultoria de estratégia e gestão com foco no Desenvolvimento Sustentável e na valorização da colaboração multi-setor (privado, governo e sociedade civil) - com parcerias internacionais - Sustainable Value Partners, Rocky Mountain Institute, Sustainability e Pact e nacionais - Instituto Ethos. Trabalhei em grandes e pequenas consultorias, facilitando mudanças sistêmicas profundas para pequenos grupos ou contextos complexos.
Sou apaixonada por artesanato, pets, redes sociais não virtuais, voluntariado, lugares onde nunca estive e pessoas com um olhar único sobre o mundo.
Estou sempre interessada em explorar a possibilidade de um trabalho colaborativo ou apenas um bom papo.